A Inversão
A questão da inversão das imagens tem sido tratada ao longo do tempo por diferentes autores que usaram este recurso para enxergar a forma com mais objetividade. Na obra de George Flaganan "Como entender a arte moderna" impresso em Buenos Aires em 14 de outubro de 1958, o autor analisa uma pintura e um desenho, ambos uma pequena seção da pintura da Capela Sixtina de Roma pintada por Miguel Angel(ver imagem a continuação); e recomenda olhar a obra por dois minutos, primeiro a pintura em geral, e logo os detalhes. Feito isto aconselha colocar o livro sobre uma cadeira e recuar um metro e meio, e depois olhar de longe outro minuto pelo menos. Finalmente inverte-se a figura cabeça para baixo e olha-se o quadro invertido outros dois minutos. O mesmo procedimento deve ser feito com o desenho.
Ele insiste em que você gaste seis minutos de seu tempo para ver algo de muito significativo, nesta seção da genial pintura. E aconselha: acompanhe com seu olhar as figuras acima e observe que o quadro parece estar solidamente encaixado, construído com uma espécie de arquitetura própria. As fortes linhas principais e as bordas são como as vigas mestras desta arquitetura. Todo o quadro é firme e estável dentro de seus limites, Ele tem um movimento próprio. O olho é levado de um ponto a outro, percorre as curvas. Parece haver nele um movimento circular, como parte da estrutura do quadro.
Quando se volta o quadro virado cabeça para baixo é muito mais fácil ver a estrutura do desenho interior, porque o olho se preocupa menos com o tema ou a narrativa de quadro. Se você olhar o desenho virado verá que ele mostra uma forma mais ou menos abstrata completamente diferente do tema original".
Este parece ser o assunto que mais atrai ao lado direito do cérebro, a característica abstrata como conseqüência da inversão entra em sintonia com a característica também abstrata deste hemisfério, e este conhecimento parece ser como já a experiência o tem demonstrado um grande aliado para acessar esta parte do cérebro.
A questão da inversão das imagens tem sido tratada também pela Dra Betty Edwards no seu conhecido método de ensino.
Confirmando o exemplo anterior, o da escrita ao contrário, vamos utilizar a imagem fotográfica de um personagem famoso. Tente descobrir quem é o senhor que aparece na fotografia exibida a seguir. Provavelmente, você sentiu uma certa dificuldade em identificá-lo, correto? Isso se dá porque o nosso lado esquerdo não é capaz de "entender" nada que lhe é apresentado ao contrário. Dessa forma, ele se desliga e nos libera as imagens por meio de sua forma e não, por meio de nomes, como é a maneira habitual.
Vire a imagem. No momento em que você virar e colocar a imagem no sentido correto, o personagem surgirá imediatamente em sua mente e você será capaz de reconhecê-lo.
A imagem é do célebre... pintor Pablo Picasso, um artista consagrado da Arte Moderna e um dos iniciadores do inquietante Movimento Cubista. No momento em que se dá o reconhecimento da pessoa, novamente fazemos a conexão por meio do nome, ou seja, por meio do lado esquerdo do nosso cérebro. Percebeu a diferença?
Com base nos exemplos, não é difícil concluir que, para que os adultos desenhem corretamente, devemos recorrer a alguns truques como inverter o desenho, por exemplo, pois dessa maneira nos esquecemos do nome daquilo que nos está sendo apresentado no momento. Como foi dito anteriormente, o nome está vinculado à linguagem oral, ou seja, ao lado esquerdo do cérebro, que é incompetente para realizar tarefas emocionais como o desenho.